Software Pegasus teria sido usado para espionar jornalistas e ativistas pelo mundo, diz investigação
Aproximadamente 50 mil números de telefone foram alvo do Pegasus, um software desenvolvido por uma empresa de vigilância israelense. De acordo com informações da BBC, ativistas de direitos humanos, jornalistas e advogados tiveram seus dados roubados e foram alvo de espionagem.
O Pegasus, criado pela empresa NSO Group, negou qualquer irregularidade, alegando que o software foi desenvolvido exclusivamente para ser utilizado contra criminosos e terroristas. A revelação do vazamento de dados ocorreu após investigações da ONG Forbidden Stories e da Anistia Internacional, com as denúncias sendo amplamente divulgadas por veículos de imprensa renomados, como Washington Post, The Guardian e Le Monde.
O funcionamento do Pegasus envolve a infecção tanto de iPhones quanto de dispositivos Android, com o objetivo de permitir que as operadoras coletem mensagens, fotos e e-mails contendo informações dos usuários. Além disso, o software possibilita a gravação secreta de chamadas.
Em uma declaração oficial, a NSO reiterou que a investigação não foi conduzida corretamente e estava “cheia de suposições errôneas”. O spyware está atualmente sendo vendido para até 60 agências militares, de inteligência e de segurança em 40 países ao redor do mundo.
As investigações revelaram que mais de mil pessoas em mais de 50 países foram alvo do software, com 10 países concentrando a maioria dos nomes na lista, incluindo Azerbaijão, Bahrein, Hungria, Índia, Cazaquistão, México, Marrocos, Ruanda, Arábia Saudita e Emirados Árabes, conforme indicado nos relatórios.
A lista de alvos incluiu 180 jornalistas, como profissionais da CNN, do New York Times e do Al Jazeera, além de 85 ativistas de direitos humanos e mais de 600 políticos e autoridades governamentais. Em 2019, o WhatsApp processou a NSO, alegando que a empresa era responsável por ataques a 1,4 mil telefones celulares usando o Pegasus.